O Antigo
Testamento
Não Governa o Cristão de Hoje
Eis um artigo do evangelista estadunidense Dennis Allan, que reside há muitos anos no Brasil. Ele tem procurado falar a verdade a respeito do propósito de Deus a todos os seres humanos. Neste artigo, ele apresenta uma visão bem realista dos que pretendem conhecer, verdadeiramente, a Jesus Cristo. Confira.
O Antigo Testamento, que é
aproximadamente 75% da nossa Bíblia, inclui muitas informações importantes. Ele
nos oferece o conforto de saber da fidelidade de Deus em cumprir as suas
promessas (Romanos 15:4).
O Velho Testamento nos
instrui, também, por meio de exemplos negativos (1 Coríntios 10:5-11) e
positivos (Tiago 5:16-18; Hebreus 11). Ele revela aspectos importantes do
caráter de Deus e da vontade geral dele para com os homens.
Mas, quando se trata da
legislação de Deus para nos guiar no nosso serviço ao Senhor hoje, devemos
buscar estas orientações no Novo Testamento, a aliança revelada por Jesus
Cristo para governar todos os homens.
Para saber como adorar a
Deus, como receber a salvação e como a igreja deve agir, precisamos do Novo
Testamento.
O Antigo Testamento não
governa o nosso serviço a Deus nos dias atuais.
Vamos considerar o
ensinamento bíblico sobre as duas alianças e, depois, alguns assuntos
específicos de contraste entre elas.
O ANTIGO
TESTAMENTO NÃO NOS GOVERNA HOJE
Deus apareceu no monte
Sinai e revelou uma lei de grande importância. Ele falou por meio de Moisés
sobre diversos aspectos da conduta do povo de Israel.
Aquela lei foi dada
especificamente ao povo de Israel, e nunca foi dada como uma lei geral para
governar os gentios (as outras nações).
Deus disse:
“Agora,
pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar
dentre todos os povos; porque a terra é minha; vós me sereis reino de
sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos
filhos de Israel”
(Êxodo
19:5-6)
A maioria das pessoas hoje
é descendente de outros povos, e não descendentes físicos de Israel.
A lei dada no Sinai não
foi dada a nós (gentios).
Mesmo para os judeus, a
lei foi cumprida e não está mais em vigor. Paulo disse que a lei servia como
aio ou tutor, com uma função temporária:
“De
maneira que a lei nos serviu de
aio para nos conduzir a Cristo, a
fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao
aio”
(Gálatas
3:24-25)
O livro de Hebreus mostra que Jesus é o Mediador de
uma Nova Aliança, superior ao Antigo Testamento (Hebreus 8:6-9; 10:9b-10).
Paulo, sendo judeu, disse:
“Agora,
porém, libertados da lei, estamos
mortos para aquilo a que
estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra” (Romanos 7:6).
O contexto de Romanos 7
esclarece outro fato.
Alguns ensinam hoje uma distinção
artificial entre a lei moral e a lei cerimonial. Dizem que a lei moral inclui
os dez mandamentos e permanece em vigor, enquanto algumas ordenanças cerimoniais
da lei não se aplicam mais.
Mas Paulo claramente se
referiu a lei toda, incluindo nos seus comentários os dez mandamentos.
O exemplo que ele cita
quando fala da lei é um dos dez mandamentos:
“Não
cobiçarás” (Romanos
7:7; cf. Êxodo 20:17).
Não vivemos hoje
subordinados à lei do Antigo Testamento – nem às ordenanças sobre sacrifícios,
nem aos dez mandamentos. Isto significa que é
permitido matar, adulterar, cobiçar, mentir, etc.?
Não! A Nova Aliança
claramente proíbe tais comportamentos, e devemos ser obedientes ao evangelho de
Jesus Cristo.
Podemos ilustrar este
ponto pensando nas várias constituições do Brasil. Era crime matar antes de
1988, e continua sendo crime matar hoje. Mas, se alguém matar hoje, será
julgado pela constituição atual, não pelas anteriores. Da mesma forma, quem
mata ou adultera hoje será condenado pela palavra de Cristo na Nova Aliança
(João 12:48), e não pelas palavras reveladas a Moisés no monte Sinai.
Diferenças:
O Sábado
Deus ordenou que os
israelitas guardassem o sábado (Êxodo 20:8-11). Ele falou claramente que foi
uma aliança especial com o povo de Israel:
“Tu,
pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás: Certamente, guardareis os meus
sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações.... Portanto,
guardareis o sábado, porque é santo para vós outros.... Pelo que os filhos de
Israel guardarão o sábado.... Entre mim e os filhos de Israel é sinal para
sempre....”
(Êxodo
31:13-17).
Deus não deu esta ordem
aos gentios em outras terras, e não a repetiu como parte da Nova Aliança.
Pelo contrário, Paulo
disse:
“Ninguém,
pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou
sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o
corpo é de Cristo” (Colossenses 2:16-17).
Quando chegamos à luz de
Cristo, deixamos a sombra para trás!
Diferenças:
A Adoração
Quando comparamos o Antigo
e o Novo Testamentos, observamos muitas diferenças em relação à adoração.
Devemos lembrar que a adoração é dada pelo homem a Deus, e deve ser feita para
agradar ao Senhor. A adoração não é para agradar a nós. Neste ponto, muitas
igrejas erram, fazendo seus cultos de adoração para emocionar e agradar às
pessoas. Devemos estudar as Escrituras para saber o que Deus pediu na adoração,
assim lhe oferecendo a devida honra e glória.
Sacrifícios de animais
faziam parte do Antigo Testamento, mas não pertencem ao serviço dos cristãos
hoje.
O Novo Testamento mostra
que estes sacrifícios eram ineficazes (Hebreus 10:4) e que foram oferecidos
segundo a lei dada aos israelitas (Hebreus 10:8).
Incenso foi oferecido no
Antigo Testamento (Êxodo 30:1,37), mas não faz parte do louvor dos cristãos no
Novo.
Podemos usar este fato
para observar um princípio importante sobre como usar as Escrituras. Para saber
o que Deus quer, precisamos da permissão (autorização) dele.
Não precisamos de uma
proibição específica para saber que determinada prática não faz parte do nosso
serviço ao Senhor.
Deus é o chefe da casa (1
Timóteo 3:15) e ele tem direito de determinar o que pode ser feito na casa dele
(a igreja). Não devemos ultrapassar o que ele revelou (1 Coríntios 4:6). Se
agir sem a permissão dele, estaríamos mudando (removendo) a lei de Cristo
(considere as implicações de Hebreus 7:11-14). Se ultrapassar a doutrina de
Cristo, perde a comunhão com Deus (2 João 9). Obviamente, todos os servos que
amam ao Senhor vão procurar fazer somente o que ele autoriza (Colossenses
3:17). Na Nova Aliança, ele não autorizou a prática de oferecer incenso na
adoração, então não devemos adotar tal prática.
Instrumentos musicais
foram usados no louvor do Antigo Testamento, mas Deus não deu permissão no Novo
Testamento para usá-los na adoração. Este ponto pode ser difícil para muitas
pessoas, porque as tendências da maioria das igrejas, especialmente nos séculos
recentes, tem sido a adoção de instrumentos musicais como parte fundamental do
louvor. Mas os cristãos verdadeiros não se preocupam em seguir tendências
humanas, nem em agradar às multidões; procuram agradar a Deus.
No Novo Testamento, Deus
pediu adoração do coração com a voz, não de instrumentos feitos por mãos
humanas (Efésios 5:19; Colossenses 3:16).
Alguns podem até tentar
justificar os instrumentos musicais por causa de citações simbólicas no Apocalipse, mas este mesmo
argumento traria para o nosso louvor o incenso, tronos, coroas, altares, roupas
especiais, etc. O simbolismo do Apocalipse não descreve o louvor da igreja na
terra.
Havia uma classe separada
de sacerdotes no Antigo Testamento, mas não no Novo. Deus deu aos levitas as
suas responsabilidades exclusivas, proibindo que outros servissem no santuário
(Números 18:22-23a).
Mas no Novo Testamento,
todos os discípulos de Cristo são sacerdotes (1 Pedro 2:5). Não devemos
reverenciar alguns acima de outros, como os judeus faziam (Mateus 23:6-12).
Diferenças:
O Dízimo
Os israelitas, no Antigo
Testamento, receberam várias instruções sobre o dízimo. A Lei falava da
responsabilidade geral de dar o dízimo (Levítico 27:30; Deuteronômio 14:22).
Deus ordenou que levassem
os dízimos ao lugar por ele escolhido (Deuteronômio 12:6) e ele os deu aos
levitas (Números 18:21,24).
No final do Antigo
Testamento, Deus ainda cobrava os dízimos do povo (Malaquias 3:10).
Enquanto a Lei continuava
em vigor, antes de sua morte, Jesus falou que as pessoas deviam continuar sendo
fiéis nos dízimos (Mateus 23:23).
Mas na Nova Aliança, que
entrou em vigor após a morte do Testador (Hebreus 9:15-16), o princípio das
ofertas é diferente. Cristãos devem dar com alegria e liberalidade, conforme a
sua prosperidade (1 Coríntios 16:1-2; 2 Coríntios 9:6-7,12-13).
O princípio atrás das
ofertas hoje não é a cobrança de uma porcentagem específica (dízimo significa
10%), mas a decisão de se entregar a Cristo (2 Coríntios 8:3-5).
Hoje, muitas igrejas
pregam a obrigação do dízimo, mas o Novo Testamento claramente diz que a
cobrança do dízimo era mandamento da Lei:
“Ora, os
que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm mandamento de recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo” (Hebreus 7:5).
Não temos mais o
sacerdócio levítico e não vivemos subordinados à Lei do Antigo Testamento. Por
isso, não devemos pregar a obrigação de dar o dízimo.
Conclusão
Aqueles que querem servir
a Cristo precisam resistir às tendências de voltar ao Antigo Testamento como a
base do nosso serviço hoje.
“Mas,
tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio. Pois todos vós sois
filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus” (Gálatas
3:25-26).
“De
Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça
decaístes” (Gálatas
5:4).
Vamos andar no Espírito,
conforme a revelação da Nova Aliança!
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